TUDO SOBRE O PRIMEIRO REINADO PARA O ENEM: PARTE 2

professor

 

Hey, vestibulande! Qual sua idade? Por que estou perguntando isso? Porque fico imaginando alguém com 23 anos proclamando a Independência do Brasil no século 19. Pois é, my friend, nosso Dom Pedro I estava com 23 anos quando rompeu com Portugal e se tornou o primeiro imperador do Brasil. Como você já deve ter adivinhado, no blog de hoje, vamos falar sobre o Primeiro Reinado. Se você não vir a primeira parte, confira lá! Vamos viajar para o passado, bb!

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Nascido em Portugal, Dom Pedro presenciou a dramática fuga da família para o Brasil aos 9 anos. Foi “um Deus nos acuda” geral. Velhos, adultos e crianças lançadas ao mar numa travessia transatlântica ainda perigosa, embora já se conhecessem as rotas para o Brasil desde o século 16. Foram longos dias naqueles navios sujos e fedorentos. Dom João e sua esposa Carlota Joaquina viajaram em navios separados por questão de segurança. Os príncipes e princesas foram divididos entre os dois. Para aquelas crianças, no início, a viagem parecia uma grande aventura. Porém, com o passar dos dias, o tédio tomou conta de todos, o Brasil parecia mais distante do que o esperado.

 

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A chegada ao Brasil provocou um misto de euforia e expectativa, além do deslumbramento diante daquela vegetação tão exótica e daquele povo tão misturado. Depois de uma ligeira estada na Bahia, a família real dirigiu-se ao Rio de Janeiro, onde foi recepcionada à altura dos nobres europeus, bem diferente do que ocorreu em Salvador.

A corte portuguesa permaneceu 13 anos no Brasil. O governo joanino foi marcado por muitas obras, melhorando a aparência da cidade do Rio de Janeiro com iluminação pública, jardins, teatros, biblioteca, etc. Dom Pedro era uma criança extremamente ativa, adorava cavalgar, andar pelos campos, caçar e sorver as deliciosas frutas das terras tropicais. Assim nosso príncipe cresceu e tornou-se um adolescente hiperativo. Da hora que acordava até o anoitecer, Dom Pedro fazia seu dia ser uma aventura daquelas típicas das epopeias da antiguidade clássica. O grande problema era conviver com as limitações impostas pelos ataques epiléticos. Vez por outra o príncipe sofria ataques que o faziam debater-se no chão e deixar toda a corte preocupada.

Aos 18 anos, Dom Pedro casou-se com a Princesa Leopoldina, de origem austríaca. Antes do casamento, o príncipe viveu uma paixão com uma artista francesa. Leopoldina era uma moça muito culta e sintonizada com os acontecimentos políticos. Dom Pedro não era o marido que Leopoldina um dia sonhou. Era mulherengo e instável. Quase nunca tinha tempo para a família.

 

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Quando Dom João voltou para Portugal em 1821 e deixou Dom Pedro como Príncipe Regente do Brasil, os compromissos políticos passaram encher os dias. O Parlamento Português (as Cortes) pressiona para que herdeiro do trono português voltasse para Portugal.

Bom, o resto dos acontecimentos nós já conhecemos, o que culminou no seu Grito do Ipiranga em 7 de setembro de 1822. Era a hora de mostrar que aquele jovem de 23 anos tinha capacidade de conduzir os rumos de uma gigantesca nação de quase 5 milhões de habitantes. Qual de vocês toparia estar na pele de Dom Pedro?

De início, o jovem Dom Pedro teria que enfrentar a rebelião de cinco províncias brasileiras que se recusavam a reconhecê-lo com imperador. A tarefa não era fácil, quase não havia tropa fiel ao novo imperador do Brasil, era preciso contratar mercenários. A sorte de Dom Pedro foi que muitos populares se uniram à causa emancipacionista da nação. Portugal e Inglaterra só reconheceram nossa independência em 1825, mediante algumas exigências.

Enquanto rolava a luta contra os rebeldes, Dom Pedro teria outras medidas a tomar, como, por exemplo, convocar eleições para uma Assembleia Constituinte. O Brasil precisava de uma Constituição, era preciso ter uma Carta Magna, onde seriam estabelecidos os direitos e deveres dos cidadãos brasileiros.

A primeira eleição parlamentar do Brasil foi censitária e teve o valor de um alqueire de mandioca como referencial para definir quem estava apto a votar ou ser eleito. Não foi sem razão que a população denominou a futura constituição de “Constituição da Mandioca”. No entanto, a relação entre o Imperador e os parlamentares constituintes foi bastante conflituosa. Os representantes da elite queriam uma constituição que limitasse os poderes do monarca. Ainda no final daquele ano de 1823, Dom Pedro dissolveria o Parlamento, prendendo e até deportando alguns dos seus integrantes. No início de 1824, Dom Pedro apresenta ao povo brasileiro uma constituição elaborada de acordo com seus princípios políticos. A Constituição outorgada pelo Imperador tinha quatro poderes, fazendo do governante um ser com poderes excepcionais.

O Poder Moderador, conhecido como o “quarto poder”, permitia rei intervir nos outros três poderes. Mas tudo isso teve um preço muito alto, Dom Pedro perdeu o apoio de grande parte da elite nacional. As reações contrárias ao imperador não tardaram a ocorrer, como foi o caso da revolta liderada pelo Frei Caneca em Pernambuco. Dom Pedro também não deixou por menos, reagiu de maneira enérgica e mandou fuzilar o padre nordestino.

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Em 1826, Dom Pedro recebeu a triste notícia sobre o falecimento do seu pai, Dom João VI, em Lisboa. De imediato, o Imperador do Brasil foi acometido por uma dúvida cruel, o que fazer com o trono português, pois ele era o herdeiro direto. A primeira opção era ir até Portugal, ser coroado e depois retornar ao Brasil. No entanto, através da imprensa, a elite brasileira deixava que claro que não apoiaria a primeira ideia de Dom Pedro. As ameaças eram muito claras, se Dom Pedro fosse até Portugal, a ideia era impedir seu retorno, a chamada “monarquia dual” estava fora de cogitação por parte da nossa elite.

Diante de tal situação, Dom Pedro optou por abdicar do trono em nome de sua filha mais velha, Maria da Glória, que tinha 9 anos. A menina foi enviada para Portugal, onde ficaria aos cuidados da avó Carlota Joaquina e do Tio Dom Miguel. De acordo com as leis portuguesas, a princesa teria que esperar completar 21 anos para ser coroada. Meses depois da partida da princesa para Portugal, Dom Pedro foi surpreendido com uma carta do seu irmão, Dom Miguel, pedindo a mão da sobrinha em casamento.

Chocade? Passade? Não pense que essa atitude fosse rara, pois ocorreram vários casos nas cortes europeias, em que parentes muito próximos contraiam matrimônio como forma de preservar o trono nas mãos de uma dinastia. De pronto Dom Pedro respondeu ao irmão permitindo o casamento. No entanto, Miguel pretendia apenas colocar as mãos na coroa lusitana. Tanto foi que meses após o casamento mandou Maria da Glória de volta ao Brasil.

Essa atitude gerou uma guerra entre o Brasil e Portugal. A imprensa brasileira não deixou barato. As críticas foram muito duras contra o Imperador. Na visão dos opositores, o conflito só trazia prejuízo aos cofres do país. Em 1828, Dom Miguel fugiu e Maria da Glória voltou para Portugal, sendo seu casamento anulado.

Em 1828, a província da Cisplatina, que já havia dado dores de cabeça quando se recusou a reconhecer Dom Pedro como imperador do Brasil, agora se juntava aos argentinos para se separar do Brasil. Dom Pedro não aceitava tal proposito dos uruguaios (a Cisplatina corresponde ao Uruguai de hoje). O Brasil se meteria em mais um conflito, com mais gastos e mais críticas da imprensa. Perdemos a guerra e Dom Pedro perdia o que lhe restava de popularidade.

No final de 1830, ocorreu o assassinato do jornalista Líbero Badaró, maior crítico do Imperador. Quais foram as manchetes do dia seguinte? Unanimemente, a imprensa acusa Dom Pedro como mandante do assassinato. A pressão foi muito grande. Vale lembrar que os historiadores atuais dizem que foi a própria oposição que mandou matar o jornalista.

Tá vendo como a imprensa nem sempre está certa? Outro fato muito semelhante ocorreu com Getúlio Vargas em 1954, quando foi acusado pela imprensa de ser o mandante do atentado contra o jornalista Carlos Lacerda. Vargas acabou cometendo suicídio. Dom Pedro foi menos radical, acabou abdicando do trono em nome do seu filho Dom Pedro de Alcântara, então com 5 anos.

E aí, viu o que Dom Pedro enfrentou governando o Brasil? Como se sairiam diante disso tudo? Sem esquecer que as finanças do Brasil não estavam nada bem. Os tradicionais produtos de exportação em queda, sem contar que a produção do café estava apenas começando. A dívida externa também era muito alta.

Então, chuchu, eu tenho certeza de uma coisa: eu não queria estar na pele de Dom Pedro I, ainda prefiro ser um reles professor de História que escreve alguns textos sobre alguns fatos do nosso passado! Haha

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