PRINCIPAIS PONTOS SOBRE A SEGUNDA FASE DO MODERNISMO

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Olá, vestibulande! No blog de hoje, vamos falar sobre a 2ª fase do Modernismo. Ela é conhecida pelas críticas ferrenhas aos problemas sociais. E aí, quer ficar por dentro desse assunto para gabaritar as questões de literatura e ainda adquirir repertório para a redação? Então, vamos lá, bb!

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Então, chuchu, a segunda fase do Modernismo brasileiro passou da prosa experimental de Macunaíma (1928), de Mário de  Andrade, para a temática regionalista da Geração de 1930 até 1945. A diferença entre a prosa da primeira fase para a da segunda se torna nítida pela preocupação social presente nos romances desses anos longínquos.

 

Os autores de 22 debateram o tema nacionalista e trouxeram para a literatura uma visão nacionalista antirromântica, anárquica, cheia se crítica quanto o passado histórico. Mário de Andrade pesquisou o folclore brasileiro, lendas nacionais e emendou tudo em Macunaíma – o herói sem nenhum caráter.

 

Além da rapsódia de Mário, tivemos a produção de manifestos nacionalistas como o Pau-Brasil e a Antropofagia. Ah, lembre-se de que o anarquismo foi a base ideológica para Vanguardas como o Dadaísmo e se lembre, também, que a discussão sobre nosso passado histórico, índio, natureza e nossa formação étnica agitaram os meios intelectuais brasileiros motivados pelo centenário da nossa Independência política ocorrida em 1822.

 

Mas o que mudou na década de 30?

 

Nos anos de 1930, a ideologia socialista e comunista chegam e arrebanham seguidores insatisfeitos com a crise econômica de 1929 – quebra da bolsa de valores de New York, desemprego, fome, fechamento de indústrias e comércio. Ademais, no Brasil, a crise de 1929 expôs a fragilidade do sistema liberal revelando a falência da monocultura agroexportadora cafeeira e isso levou a economia nacional ao declínio.

 

Qual o projeto literário da 2a fase modernista?

 

O pobre no centro das narrativas. Os novos autores rompem com a visão romântica do regionalismo do século XIX. As obras retomam um modo de narrar neorrealista e neo-naturalista sem o apriorismo das correntes dos cientistas do século XIX.

 

O regionalismo modernista repudia as descrições idealizadas dos heróis e do ambiente burgueses. A proposta é revelar os males sociais, dizer o que atrasava o país. Nesse sentido, os prosares de 30 são muitos atuais.

 

Como cada autor cumpriu o projeto literário?

 

O bairrismo é a marca maior. Cada autor fala de sua terra, sua gente, descrevendo os hábitos e costumes e denunciando os problemas econômicos, políticos se sociais. Vamos conhecê-los?

 

José Américo de Almeida

 

bagaceira

 

Inaugurou a prosa regionalista do Modernismo, em 1928. O marco é o romance A Bagaceira. O título alude ao local onde era jogada o resto de cana moída nos engenhos e metaforiza a condição de exploração social do sertanejo. O coronelismo, a indústria da seca, os retirantes e o desenho cruel das elites do sertão da Paraíba.

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Rachel de Queiroz

 

quinze

 

Focou a realidade do sertão cearense no romance O Quinze. Nele, um grupo de retirantes foge da seca letal de 1915, saindo de Quixadá indo em direção ao Recife. A linguagem é simples e espontânea. A família de Chico Bento e Cordulina se dirige para a cidade de São Paulo. Raquel também discute a condição da mulher do século XX em uma sociedade habituada às regras de casamento na figura de Conceição.

 

José Lins do Regos

 

engenho

 

Iniciou no ano de 1933 uma saga memorialista que conta o apogeu e declínio da sociedade açucareira Nordestina, nas obras Menino de Engenho, Doidinho e Bangue. Essa saga de três romances é sobre um alter ego do escritor, Carlos de Melo, neto do poderoso José Paulino, dono do engenho Santa Rosa. Todos respeitavam o velho coronel do município do Pilar, na Paraíba.

Em três novelas, José Lins escreve de modo espontâneo, como se fala. Além dessas obras, temos a obra-prima, Fogo Morto. Nesse livro temos três personagens idosos que representam os segmentos sociais do Nordeste: capitão Lula de Holanda (dono do engenho Santa Fé, vizinho da Santa Rosa, de José Paulino), seleiro José Amaro (homem simples que depende do engenho, não tem terras nem casa própria) e Vitorino Carneiro da Cunha (homem livre, corajoso, convencido que era o homem mais corajoso do sertão representa a justiça).

 

Jorge Amado

 

capitaoes-areia

 

Estreou com o romance urbano No país do Carnaval, porém, o ciclo do cacau vai representar sua veia regionalista com Cacau, São Jorge do Ilhéus e Terras do sem fim. Todas as narrativas ambientadas no interior da Bahia, na região produtora de cacau do sul do estado em Ilhéus e Itabuna. Sua formação comunista permitiu idealizar ou romantizar a vida dos oprimidos ou marginalizados e tornar vilão das obras os coronéis ou latifundiários do sertão baiano. Sua linguagem é poética, espontânea, romântica, sensual e realista.

Atualmente, o romance Capitães da Areia está em alta graças ao conteúdo que denuncia a condição de vulnerabilidade da criança e do adolescente pobres do país. É um grupo de 100 crianças comandada por Pedro Bala, Dora, Professor que planejam as missões dos capitães da areia.

 

Graciliano Ramos

 

vidas-secas 

Deu dimensão psicológica e universal à temática dos excluídos brasileiros e o ponto alto é o romance Vidas Secas. Sua linguagem é correta, enxuta, exata. Um tipo de lobo solitário que não se sente à vontade com a oralidade de Jorge e de José Lins e de Rachel, enfim, dos seus contemporâneos.

O narrador de Vidas Secas é em 3ª pessoa e nos ajuda a passear pelos pensamentos íntimos de Sinhá Vitória, Cadela Baleia, Fabiano, Menino Mais Novo, o Menino Mais Velho, o Soldado Amarelo. A seca, o fazendeiro e o soldado Amarelo são os antagonistas da família neste drama sem solução. Por isso, Graciliano foi criticado por companheiros comunistas pelo fato dos seus protagonistas serem problemáticos e não encontrarem solução para a miséria nem terem um espírito revolucionário de tomada do poder e de consciência de classe.

 

Érico Veríssimo

 

lirios

 

Além disso, seu estilo é espontâneo e popular. Érico Veríssimo é também bem humorado e produziu romances urbanos ambientados na cidade de Porto Alegre, com forte análise psicológica: Clarissa, O resto é silêncio, Olhai os lírios do Campo.Fez cumprir o projeto literário regionalista da Geração de 30 com o ciclo novelístico de O Tempo e o Vento. São seis livros, três volumes (Retrato, Arquipélago e Continente) que narram 200 anos da história gaúcha. É um épico histórico que conta histórias de lutas pelas terras dos pampas, o duelo pelo poder político da região entre duas família: Terra Cambará contra os Amaral.

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